26 de setembro de 2009

Pacientes com anemia falciforme são beneficiados com uso do NAT


Teste aumenta segurança nas transfusões de sangue.

Os pacientes que sofrem de anemia falciforme, doença hereditária de grande incidência no Brasil, estarão reunidos esta semana no III Seminário Estadual de Doença Falciforme, para esclarecer dúvidas e discutir novas tecnologias que possam ajudar no controle da doença. Entre os temas discutidos, está a importância do teste NAT (Teste de Ácido Nucléico) para o aumento da segurança e da qualidade do sangue doado aos portadores da doença. De acordo com Juliana Rivello, representante da Associação Brasileira dos Bancos de Sangue do Rio de Janeiro (ABBS-RJ), “a implantação do NAT garante maior segurança transfusional sendo, portanto, essencial para os pacientes com anemia falciforme que necessitam de grande número de transfusões”, afirma.

Diferente dos testes utilizados na maioria dos hemocentros públicos do país, o NAT reduz a chamada janela imunológica, período em que o vírus permanece indetectável no organismo. O exame investiga o material genético do vírus, reduzindo o tempo de detecção do HIV para cerca de 11 dias e, do HCV (vírus da hepatite C), para 20 dias, garantindo assim um controle mais eficaz das bolsas de sangue. Atualmente, o teste mais usado é o Elisa, que verifica a presença de anticorpos contra o vírus no organismo e detecta o HIV em, aproximadamente, 22 dias após a infecção, e o HCV, em cerca de 70 dias.

Para Gilberto Santos, presidente do Instituto Brasileiro de Doença Falciforme e outras Hemoglobinopatias (IBraFH) e organizador do evento, é fundamental que se divulgue a tecnologia do NAT. “Para nós, seria uma vitória importante se o teste do NAT fosse utilizado em todos os hemocentros públicos do país, pois proporcionaria menos riscos aos pacientes falcêmicos”, revela.

A anemia falciforme é a doença hereditária mais comum do Brasil. A doença originou-se na África e foi trazida às Américas pela imigração dos escravos. No Brasil, distribuiu-se heterogeneamente, sendo mais freqüente onde a proporção de antepassados negros da população é maior, como na região Nordeste. Dados da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), estimam o surgimento de cerca de mil novos casos anuais de doenças falciformes no país.

. [ III Seminário Estadual de Doença Falciforme – dias 20 e 21 de agosto (das 9h às 17h), dia 21 de agosto (sexta-feira), às 11h30: Palestra “A importância do NAT”, com Juliana Rivello – representante da ABBS-Rio. Auditório do Hospital dos Servidores do Estado (HSE) – Rua Sacadura Cabral, 178, Saúde (RJ). Inscrições e mais informações em www.ibrafh.org].

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