26 de setembro de 2009

NYT: Vacinas de países ricos podem salvar vidas na África, sugere estudo


Donald G. McNeil Jr.
The New York Times
Na África, mais de 90% das crianças com anemia falciforme morrem antes do diagnóstico da doença.

Um novo estudo, publicado na semana passada pelo jornal britânico "Lancet", mostrou que bactérias invasivas são uma das causas de morte mais frequente essas crianças. E que muitas dessas bactérias eram do mesmo tipo que aquelas que afetam os jovens em países ricos, onde há vacinas para combatê-las.

As descobertas sugerem que novas vacinas antibacterianas usadas no mundo desenvolvido poderiam salvar a vida de muitas crianças na África, escreveram os autores. Vacinas antigas contra sarampo, caxumba e pólio são baratas, mas as novas vacinas antibacterianas, como Hib e Prevnar, são geralmente muito mais caras, limitando seu uso em países pobres.

Os pesquisadores também afirmaram que administrar antibióticos a essas crianças como medida preventiva poderia salvar vidas. No entanto, a medida é controvérsia, porque se teme que o uso dos remédios possa gerar bactérias mais resistentes.

Os cientistas coletaram sangue de mais de 38 mil crianças que deram entrada em um hospital no Quênia e foram examinadas para verificar se tinham infecção bacteriana ou anemia falciforme. Eles descobriram que crianças com anemia falciforme desenvolveram infecções severas com uma frequência cerca de seis vezes maior que as crianças sem a doença.

O estudo foi patrocinado pela Wellcome Trust, uma fundação britânica pioneira dedicada à assistência à saúde no terceiro mundo.

A característica da célula falciforme em parte protege as crianças contra a malária, mas a anemia falciforme é extremamente dolorosa e muitas vezes fatal. Um em cada 600 americanos negros possui a doença; em algumas partes da África, mais de uma criança em cada cem sofrem o problema.

Tradução: Gabriela d'Avila

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